Renato Zambonatto Legal Design e Visual Law
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3 dicas para advogados não caírem nas armadilhas do ChatGPT

Você já se deparou com aqueles conselhos mirabolantes sobre o uso do ChatGPT? No mundo digital, é comum encontrar promessas de soluções milagrosas que nem sempre se aproximam da realidade. Não é difícil encontrar dicas e soluções mágicas que simplesmente não têm nada a ver com a realidade.

Eu já li várias dessas pérolas por aí e decidi compartilhar com você as 3 dicas mais absurdas sobre o ChatGPT no universo jurídico. Ah, só é bom lembrar que isso é sobre o ChatGPT na versão grátis, sem acesso à plug-ins, e conforme as funcionalidades da data de postagem do artigo, ok? Vamos para a lista!

1) Busca por Jurisprudências é uma Ilusão

Essa é a campeã dos mitos! Muitos dizem que o ChatGPT é capaz de encontrar casos jurídicos relevantes como um verdadeiro Google jurídico, mas é importante deixar claro que o ChatGPT não possui acesso a bancos de dados jurídicos reais. Ele vai inventar casos que parecem reais, mas que quase sempre são inventados.

Quer saber como testar na prática? Peça para ele pesquisar jurisprudências e confira os resultados no site do tribunal indicado – simples assim!

É extremamente provável que você não consiga encontrar nenhum processo real e, mesmo que encontre algum número existente, ele falará sobre outra matéria ou sobre um caso inventado. Talvez ele encontra algum caso muito famoso ou algo do tipo, mas é pouco provável (para não dizer impossível).

Na verdade, antes de trazer resultados provavelmente a ferramenta apresentará alguma mensagem indicando que não é capaz de pesquisar jurisprudências reais e até ensinar onde pesquisar, se você pedir uma fonte específica (como TJ SP, por exemplo), e talvez apresente alguns casos com numeração apenas depois de muita insistência ou alteração nos pedidos.

2) Leis e Artigos: nem sempre uma combinação perfeita

O ChatGPT está longe de ser o guru das leis e artigos. Embora ele vá, sim, conhecer os artigos mais famosos de várias áreas, ele vai se atrapalhar com incisos, parágrafos e até mesmo com numeração e assuntos de leis inteiras. Se você está buscando precisão na pesquisa de leis e artigos, é melhor contar com fontes confiáveis e especializadas. Não confie cegamente no nosso amigo ChatGPT nesse aspecto e sempre confirme as informações!

Não acredita em mim? Pesquise por artigos bem conhecidos, como o artigo 121 do Código Penal. Ele acertará, sim, as informações mais conhecidas, como o caput do artigo, mas inventará incisos, parágrafos ou algo do tipo.

Se você fizer esse teste com assuntos mais específicos, aí a imaginação do ChatGPT vai longe: provavelmente ele trará numeração de leis que não existem ou, se existem, falam sobre outro assunto diferente do indicado por você no seu prompt.

3) Números e Prazos? Não são o forte do ChatGPT:

E sobre contagem de prazos e números em geral? Infelizmente, o ChatGPT seria reprovado em matemática e não entende de prazos processuais. Ele foi treinado com base em textos, não em cálculos numéricos. Embora ele reconheça a existência de números, não espere que ele faça cálculos ou raciocínios numéricos de qualquer natureza. Se você precisa de ajuda nesse aspecto, é melhor recorrer a outros métodos, como uma calculadora específica para prazos ou um colega de profissão.

Imagino que você seja curioso e quer testar isso na prática. Peça a contagem de prazo para uma apelação e repita o teste várias vezes. Ele acertará algumas e errará outras tantas, por que é assim que ele funciona – isso se ele acatar seu pedido, já que pode simplesmente dizer que não pode contar da maneira como foi pedido.

Quer um outro teste? Peça para ele criar uma frase com 17 (ou qualquer número) palavras e depois peça para ele listar cada palavra indicando o número de cada uma. Repita o teste algumas vezes e veja como ele erra e erra muito quando o assunto é numeração e contagem de maneira geral.


Agora que desmascaramos essas dicas mirabolantes sobre o ChatGPT, fica a lição: não acredite em tudo que te falam por aí.

O ChatGPT é uma ferramenta incrível, mas tem suas limitações. Use-o com sabedoria e com noção de como a ferramenta funciona – fique esperto para não cair nessas histórias de conto de fadas jurídicos, combinado? A

proveite o melhor do ChatGPT, sem expectativas irreais e que, além de tudo, ainda podem te causar uma bela dor de cabeça!

E aí, já ouviu alguma dica dessas? Me conta nos comentários!

 

Renato Zambonatto

Sobre o Autor

Renato Zambonatto

Renato Zambonatto é legal designer, advogado e acredita na transformação do universo jurídico através de uma comunicação mais direta, certeira e com foco na melhor experiência para os usuários envolvidos.

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